Fungos entomopatogênicos no controle do ectoparasitismo.

Os carrapatos são ectoparasitos de grande importância para a saúde pública e sanidade animal justamente por parasitar diversos humanos e animais e transmitirem uma infinidade de agentes infecciosos (bactérias, protozoários e vírus). Também podem causar muitas injúrias diretas a seus hospedeiros por meio da hematofagia. As perdas econômicas causadas por carrapatos variam de 13,9 a 18,7 bilhões dólares por ano em todo mundo, sendo um dos principais causadores o Rhipicephalus (Boophilus) microplus.

Os impactos econômicos causados pelo ectoparasitismo na pecuária se torna grave pelo desenvolvimento de resistência e multirresistente a determinadas classes de acaricidas como relata a Parasitologista Dra. Márcia Cristina Mendes pesquisadora do Instituto Biológico em São Paulo. Outras desvantagens do uso contínuo e indiscriminado dos acaricidas além da resistência é a poluição ambiental, toxicidade natural, acúmulo de resíduos nos produtos provenientes de animais medicados, como carne, leite e seus derivados e o couro.

Além disso, doenças como febre maculosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii transmitida pelo carrapato Amblyomma cajennense frequentemente é noticiado inclusive levando muitos óbitos, deixando órgãos governamentais em estado de alerta quanto ao controle para evitar futuras infecções. Neste contexto há necessidade de novas alternativas para um controle efetivo no intuito de diminuir os impactos socioeconômicos que o parasitismo vem causando, novas pesquisas estão sendo desenvolvidas por grupos de pesquisadores do Laboratório de Parasitologia Animal sediado no Instituto Biológico em São Paulo utilizando fungos entomopatogênicos, Estudos revelaram que M. Anisopliae e Beauveria bassiana parece se apresentar eficiente no controle do carrapato, ampliando as expectativas para o uso em campo contribuindo para controle biológico e a preservação sustentável do meio ambiente.

O mecanismo de ação desses fungos ocorre pela adesão de conídios à cutícula dos hospedeiros, após a adesão, os conídios formam tubos germinativos e hifas penetrando através das cutículas e, em seguida, se ramificam atingindo a hemocele colonizando o hospedeiro e produzindo toxinas as quais, associadas ao crescimento do micélio, levam o hospedeiro à morte. Nesse contexto, o fato dos carrapatos apresentarem forte influencia na tríade saúde humana, animal e ambiental e representam um dos principais problemas que passam a levar muitos prejuízos em produtividade a aplicação de fungos entomopatogênicos no pasto pode ser uma medida eficaz no controle deste parasita.